TRATADO CABALÍSTICO: A QUEDA DOS GIGANTES E O FOGO DA GUEVURÁ

Uma leitura mística da Parashá Shemini e dos Sinais dos Tempos

Escrito sob a Luz do 8º e 9º Dias do Ômer | 5785

POR: David Havilá

I. O CHEIRO DO FOGO ANTES DA FUMAÇA

Nos tempos que precedem o nascimento da nova realidade, o mundo começa a tremer por dentro – como uma mulher prestes a dar à luz. A crise espiritual não se apresenta apenas em guerras e escândalos, mas na sensação de que algo essencial se quebrou. É o que nossos sábios chamam de “Chevlei Mashiach” – as dores de parto do Messias – quando a antiga ordem deve se desintegrar para que a nova possa emergir.

Zohar III, 212a nos revela: “Quando as colunas de Roma (Edom) vacilarem, o trono de julgamento será ativado e os portões do rigor se abrirão.”

Estas palavras, escritas há quase dois mil anos, ecoam com precisão assustadora em nossos dias. O que são estas colunas senão as instituições que sustentam a ordem mundial atual? E não estamos vendo, com nossos próprios olhos, como elas tremem em seus alicerces?

Na mesma semana em que o Papa morre aos 88 anos – número que nas gematriot aponta para 16 → Yud-Vav (יו), símbolo do “gancho cósmico” que une mundos – vemos sinais se materializando em todas as esferas. Este não é um acontecimento isolado, mas parte de um padrão cósmico que se desenrola diante de nossos olhos.

O número 88 não é acidental. Na tradição cabalística, nada ocorre por acaso. Quando reduzimos 88 para 16 (8+8=16), e então para suas letras hebraicas Yud-Vav (יו), encontramos o símbolo do gancho celestial que conecta os mundos superiores aos inferiores. É precisamente este gancho que está sendo ativado agora, permitindo que as energias dos reinos superiores fluam para nossa realidade com intensidade renovada.

Observem ao redor e verão:

Bancos centrais entrando em pânico silencioso. As instituições financeiras, que por tanto tempo se consideraram mestras do destino econômico das nações, agora se encontram em território desconhecido. O Baal HaSulam nos ensinou que quando o dinheiro se torna um ídolo, ele eventualmente revela sua natureza ilusória. Não é o colapso do dinheiro que testemunhamos, mas o colapso da fé no dinheiro como fonte de segurança.

Instituições seculares colapsando por dentro. As estruturas que prometeram substituir a sabedoria ancestral por racionalismo puro agora se veem vazias de significado. Como está escrito no Talmud (Sanhedrin 97a): “O filho de David não virá até que o reino inteiro se converta à heresia.” Não é que todos se tornarão hereges, mas que as instituições que se ergueram contra a sabedoria divina revelarão sua própria vacuidade.

Almas humanas famintas por sentido. Esta é talvez a manifestação mais profunda da crise – o despertar de uma fome que nenhum entretenimento, nenhuma tecnologia, nenhuma distração pode satisfazer. É a fome pela verdade, pela conexão autêntica, pelo propósito divino. Como ensina o Ramchal em Derech Hashem: “A alma humana é uma chama divina que não encontrará descanso até retornar à sua fonte.”

II. O FOGO ESTRANHO: QUANDO O CÉU NÃO CONSENTE

Na Parashá Shemini, dois filhos do sagrado Aharon – Nadav e Avihu – são consumidos por fogo vindo de Hashem por oferecerem “fogo estranho” (אֵשׁ זָרָה – esh zarah). Como está escrito em Vayikrá 10:1-2: “E os filhos de Aharon, Nadav e Avihu, tomaram cada um seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre ele incenso, e ofereceram perante o Eterno fogo estranho, que Ele não lhes ordenara. E saiu fogo de diante do Eterno e os consumiu, e morreram diante do Eterno.”

Este episódio não é apenas uma narrativa histórica, mas um arquétipo eterno que se repete em cada geração. O que significa realmente oferecer “fogo estranho”? É trazer para o sagrado aquilo que não foi santificado, é tentar alcançar os reinos superiores através de atalhos não autorizados.

Etz Chaim (Shaar 49) nos ilumina: “Eles desejaram subir aos mundos superiores por meio da Guevurá sem o equilíbrio da Chessed; e todo julgamento sem suavização volta-se contra o próprio julgador.”

Aqui está o cerne da questão: Guevurá (força/julgamento) sem Chessed (bondade/misericórdia) torna-se destruição pura. É como um fogo que, em vez de iluminar e aquecer, consome tudo em seu caminho. Nadav e Avihu buscaram a elevação espiritual através da intensidade pura, sem o contrapeso necessário da compaixão e humildade.

O Arizal nos ensina que suas almas eram de raiz elevadíssima, talvez elevadas demais para este mundo. Sua intenção era sublime → unir-se ao divino ← mas seu método ignorava a estrutura estabelecida por Hashem para esta união. Eles queriam transcender os limites da existência física sem passar pelo processo gradual de refinamento que a Torá prescreve.

Hoje, vemos líderes e estruturas oferecendo seu próprio “fogo estranho”: espiritualidade sem ética, poder sem compaixão, informação sem sabedoria. Observem como muitos buscam experiências espirituais intensas sem o compromisso com o refinamento do caráter. Como procuram poder sem a responsabilidade que o acompanha. Como acumulam informação sem buscar a sabedoria para integrá-la.

O ano de 5784 tem valor numérico 24 → כ”ד (Kaf-Dalet). Este não é um detalhe insignificante. Segundo o Ramchal, este número aponta para “Esh M’taher” → o Fogo que Purifica (אֵשׁ מְטַהֵר). Não é um fogo de destruição total, mas de refinamento espiritual. É a operação divina que queima as klipot (cascas) para revelar a essência.

As klipot são as camadas de impureza que ocultam a luz divina em todas as coisas. São as ilusões, os apegos, as falsas identidades que construímos ao longo de gerações. O fogo da Guevurá vem para queimar estas cascas, não para destruir a essência, mas para libertá-la.

Como ensina o Baal Shem Tov: “Quando o ourives coloca o ouro no fogo, não é para destruí-lo, mas para remover as impurezas.” Assim é com nossas almas, assim é com nossas instituições, assim é com o mundo inteiro neste momento crucial.

III. O SEGREDO DOS DIAS ESCONDIDOS: 8º E 9º DO ÔMER

O Omer é mais que uma contagem: é um mapa de transformação cósmica. Cada dia representa uma combinação específica das sefirot, os atributos divinos através dos quais Hashem interage com a criação. Não é coincidência que este tratado seja escrito precisamente durante o 8º e 9º dias do Omer.

O 8º dia → Guevurá shebeGuevurá: “O dia em que o rigor julga a si mesmo. O juízo sobre os juízes. A espada sobre o pescoço dos que usaram a espada injustamente.” (Pri Etz Chaim)

Este é o dia em que a força do julgamento volta-se sobre si mesma. É quando aqueles que julgaram sem misericórdia encontram-se diante do tribunal celestial. É quando as estruturas de poder que abusaram de sua autoridade começam a desmoronar sob o peso de suas próprias contradições.

Guevurá shebeGuevurá representa o aspecto mais intenso do julgamento divino. É como um fogo que queima outro fogo. É a purificação da própria força purificadora. Neste dia, as máscaras caem e as verdadeiras intenções são reveladas.

O Maharal de Praga ensina que o número oito transcende o ciclo natural de sete, representando o que está além da natureza. Quando Guevurá encontra Guevurá no oitavo dia, estamos testemunhando uma intervenção que transcende as leis normais da causalidade. É um momento em que o véu entre os mundos se torna mais fino, e a justiça divina manifesta-se de maneira mais direta.

O 9º e 10° dia trazendo a coneção de Guevura ShebeGuevura e → Tiferet shebeGuevurá: O Zohar Chadash (Rut 78c) descreve este dia como “O brilho dentro do trovão. Quando o fogo floresce em beleza.”

Podemos ver que Tiferet representa harmonia, beleza, verdade e compaixão. Quando esta energia se manifesta dentro de Guevurá, testemunhamos o propósito mais elevado do julgamento divino. Não é destruição pela destruição, mas purificação com propósito.

É o rigor revelando sua intenção elevada: construir, não destruir. Um chamado à beleza da retificação (tikkun). A verdade da queda. A ascensão pela justiça.

O Rabino Moshe Cordovero, em seu Pardes Rimonim, explica que Tiferet shebeGuevurá é como um raio que ilumina a escuridão da noite. Por um breve momento, tudo se torna visível com clareza cristalina. As ilusões são dissipadas, e a verdade resplandece.

Nestes dias específicos do Omer, somos convidados a contemplar como o julgamento divino opera em nossas vidas e no mundo. Não como uma força punitiva cega, mas como um processo de refinamento amoroso que visa revelar nossa verdadeira essência.

Como ensina o Baal Shem Tov: “O propósito do exílio não é o exílio em si, mas a redenção que o segue.” Da mesma forma, o propósito do julgamento não é a punição, mas a purificação que ele traz.

IV. PETRUS ROMANUS, O ÚLTIMO ANEL

Com a morte do Papa, muitos evocam profecias. Mas a Cabalá aponta para algo mais sutil e profundo do que interpretações literais de antigas previsões. Não se trata apenas de um homem ou de uma instituição, mas do que eles simbolizam no drama cósmico que se desenrola.

Kol HaTor (2:42) nos revela: “A queda de Edom vem em ondas, e cada onda revela o rosto de Yaakov escondido nas sombras.”

Roma representa Edom → a estrutura opositora de Yaakov. Na cabalá, Edom não é apenas uma nação histórica, mas um arquétipo espiritual que representa as forças que se opõem à revelação da luz divina no mundo. É o aspecto da realidade que valoriza o poder externo sobre a verdade interna, a aparência sobre a essência.

Quando essa estrutura enfraquece, as cascas (klipot) cedem e a luz começa a escapar. É como rachaduras em um vaso de barro que permitem que a luz contida em seu interior comece a brilhar através das fissuras.

O Gaon de Vilna, em seu comentário sobre Kol HaTor, explica que a “queda de Edom” não é um evento único, mas um processo gradual que ocorre em ciclos. Cada ciclo revela mais do “rosto de Yaakov” → a verdade espiritual que estava oculta.

Tikunei Zohar (Tikun 69) nos ensina: “A cada 70 anos, os tronos se reorganizam.”

Este é um princípio fundamental para compreender os ciclos históricos. Setenta anos representam uma geração completa na tradição judaica. Quando uma geração completa seu ciclo, ocorre uma reorganização das forças espirituais que governam o mundo.

Os ciclos revelam:

1945: queda dos reinos da guerra. Este foi o ano que marcou o fim da Segunda Guerra Mundial, quando os impérios que buscavam dominar o mundo através da força bruta foram derrotados. Foi o colapso de uma forma particular de Guevurá distorcida → poder sem ética, força sem direção divina.

2015: reorganização de poderes globais. Setenta anos após 1945, testemunhamos uma profunda reorganização da ordem mundial. Antigas alianças se dissolveram, novas potências emergiram, e as estruturas que governavam o mundo desde o pós-guerra começaram a mostrar sinais de instabilidade.

2024: abertura do Portal Dalet – o julgamento inicia. Dalet (ד) é a quarta letra do alfabeto hebraico, com valor numérico 4. Ela representa a porta (delet em hebraico significa “porta”) através da qual o julgamento divino entra no mundo. É significativo que estejamos no ano de 5784, cujo valor reduzido é 24 (5+7+8+4=24), que por sua vez se reduz a 6 (2+4=6). Seis é o número de Tiferet, indicando que o julgamento que está entrando no mundo tem como propósito final a harmonia e a beleza.

O Rabino Yitzchak Ginsburgh ensina que a letra Dalet tem a forma de uma pessoa humilde, curvada. Isto nos lembra que a resposta apropriada ao julgamento divino é a humildade. Não resistência ou negação, mas aceitação e submissão à vontade divina.

A morte do Papa aos 88 anos não é apenas o fim de um líder religioso, mas um símbolo da transformação que está ocorrendo em todas as estruturas que representam o “trono de Edom”. É um convite para olhar além das aparências e perceber os padrões mais profundos que estão se desenrolando.

Como está escrito no Zohar (I, 119a): “Quando o velho cai, o novo se ergue.” A queda das antigas estruturas não é o fim, mas o prelúdio necessário para o surgimento de uma nova realidade espiritual.

V. O FOGO QUE TAMBÉM CURA: INSTRUÇÕES PARA OS DIAS QUE ARDEM

Diante destes sinais e transformações, qual deve ser nossa resposta? Não é suficiente apenas observar e analisar; devemos participar ativamente do processo de purificação e elevação. Aqui estão práticas concretas para navegar estes tempos de intensidade espiritual:

1. Pela manhã:

Toque sua testa com intenção. Este gesto não é arbitrário. A testa corresponde à sefirah de Keter (coroa), o ponto mais elevado da alma, onde nossa vontade se alinha com a vontade divina. Ao tocar este ponto com kavanah (intenção consciente), você está ativando sua conexão com os reinos superiores.

Diga em voz alta: “Hashem Bochen Levavot” – Hashem é o examinador dos corações (Tehilim 7:10)

Esta afirmação reconhece que nada está oculto dos olhos de Hashem. Ao pronunciá-la, você está convidando o olhar divino a examinar seu coração, removendo as barreiras entre sua consciência externa e sua verdade interna.

O Baal Shem Tov ensina que quando pronunciamos palavras sagradas com intenção, criamos um palácio no céu onde nossa alma pode habitar. Cada palavra é uma pedra neste edifício espiritual.

2. Às 18h06 (hora cabalística de Marte/Guevurá):

Esta hora específica corresponde à influência planetária de Marte, que na cabalá está associado à sefirah de Guevurá. É o momento em que as energias de purificação e julgamento estão mais acessíveis.

Escreva algo que precisa ser transmutado. O ato de escrever externaliza o que está dentro de nós. Ao colocar no papel aquilo que precisa ser transformado → seja um traço de caráter negativo, um medo, uma relação tóxica → você está dando forma concreta ao que antes era apenas uma energia amorfa.

Queime com consciência, dizendo: “Esh HaShem Alai – Que o fogo de Hashem me purifique, não me destrua.”

O fogo é o elemento associado à Guevurá. Ao queimar o papel com consciência, você está simbolicamente entregando aquilo que precisa ser transformado ao fogo divino da purificação. A frase “Esh HaShem Alai” reconhece que este fogo está sobre você, mas pede que ele atue como um agente de purificação, não de destruição.

O Rabino Nachman de Breslov ensina que “a quebra do coração não deve levar ao desespero, mas à reconstrução.” Da mesma forma, o fogo que consome o que é impuro deve abrir espaço para o que é sagrado.

3. Antes de dormir:

Visualize a cor vermelha-azulada. Esta cor específica representa a integração de Guevurá (vermelho) com Chessed (azul). É a manifestação visual de Tiferet shebeGuevurá → a beleza dentro do julgamento, a misericórdia dentro do rigor.

Pergunte à sua alma: “Quais estruturas falsas dentro de mim ainda sustentam o exílio?”

Esta pergunta profunda convida sua alma a revelar as ilusões e apegos que ainda a mantêm em estado de exílio interno. O sono é um momento em que as barreiras entre o consciente e o inconsciente se tornam mais permeáveis, permitindo insights mais profundos.

O Arizal ensina que o sono é “um sexagésimo da morte” — um estado em que a alma se desprende parcialmente do corpo e pode acessar reinos superiores. Ao fazer esta pergunta antes de dormir, você está programando sua alma para buscar respostas nos mundos superiores durante o sono.

Estas práticas não são meros rituais externos, mas ferramentas para alinhar sua consciência com as energias transformadoras que estão fluindo no mundo neste momento crucial. Como ensina o Zohar: “Aquele que desperta abaixo, desperta correspondentemente acima.”

“Toda Guevurá que vem do Alto visa revelar Tiferet – a Beleza da Unidade Divina.”

Esta é a chave para compreender todos os desafios e transformações que estamos testemunhando. O propósito último do julgamento divino não é punir, mas revelar a beleza da unidade que subjaz a toda a criação. É como um escultor que remove o excesso de pedra para revelar a forma perfeita que já estava presente desde o início.

O Rabino Moshe Chaim Luzzatto explica em Derech Hashem que toda a criação é um processo pelo qual a unidade divina se oculta temporariamente para depois se revelar de maneira mais profunda. Os tempos de julgamento são momentos em que as camadas de ocultamento são removidas, permitindo que a luz divina brilhe com maior intensidade.

VI. A DANÇA DOS OPOSTOS: O MISTÉRIO DA REDENÇÃO

Há um segredo profundo que poucos compreendem: a redenção não vem pela eliminação dos opostos, mas por sua dança harmoniosa. Como ensina o Zohar (II, 184a): “Não há luz exceto aquela que emerge da escuridão.”

O Maharal de Praga explica que a redenção não é a vitória de um oposto sobre o outro, mas a revelação de um nível mais elevado onde os opostos se encontram em harmonia. É como a resolução de uma dissonância musical que cria uma harmonia mais rica e complexa.

Nos dias atuais, testemunhamos polarizações extremas em todos os níveis — político, social, religioso. Muitos interpretam isso como um sinal de deterioração, mas a visão cabalística revela algo mais profundo: é a intensificação necessária antes da síntese.

O Rabino Avraham Itzchak Kook ensina: “O sagrado e o profano, o puro e o impuro, o amargo e o doce, todos dançarão juntos para revelar a face de Deus.” Esta dança não é a confusão de categorias, mas a revelação de que, em sua raiz mais profunda, todos os opostos emanam da mesma fonte divina.

A morte do Papa, o colapso das instituições, as crises globais — todos estes são aspectos da mesma dança cósmica que está levando à revelação da unidade subjacente a toda a criação.

Como está escrito no Sefer Yetzirah: “O fim está enraizado no começo, e o começo no fim.” Os tempos que vivemos não são o fim de uma história, mas o prelúdio necessário para um novo capítulo na relação entre o divino e o humano.

VII. O CHAMADO DO SHOFAR SILENCIOSO

Há um shofar que soa sem som, um chamado que ressoa nas profundezas da alma sem passar pelos ouvidos físicos. É o que o profeta Eliyahu experimentou como “kol demamah dakah” → a voz do silêncio sutil (I Reis 19:12).

Nestes tempos de transformação, este shofar silencioso está soando. Aqueles cujos ouvidos internos estão atentos podem ouvi-lo → um chamado para despertar do sono espiritual, para abandonar as ilusões que nos mantêm presos a realidades obsoletas.

O Baal Shem Tov ensina que “o exílio existe principalmente na mente.” A verdadeira redenção começa quando reconhecemos as prisões mentais que construímos para nós mesmos → os medos, os apegos, as identidades limitadas que nos impedem de experimentar nossa verdadeira natureza divina.

O chamado do shofar silencioso é um convite para transcender estas limitações, para reconhecer que somos mais do que nossos corpos, mais do que nossas mentes, mais do que nossas histórias pessoais. Somos centelhas da luz divina, temporariamente vestidas em forma humana para um propósito sagrado.

Como está escrito no Tanya: “A alma divina é literalmente uma parte de Deus acima.” Quando reconhecemos esta verdade não apenas intelectualmente, mas experiencialmente, começamos a viver de uma maneira que transcende as limitações do ego separado.

Este é o verdadeiro significado da queda dos gigantes → não apenas o colapso de estruturas externas de poder, mas a dissolução das ilusões internas que nos mantêm separados de nossa verdadeira natureza e uns dos outros.

MEKOROT – FONTES:

Zohar III, 212a – Zohar Chadash Rut 78c
Etz Chaim Shaar 49 – Pri Etz Chaim
Ramchal – Derech Hashem II
Kol HaTor – Capítulo 2
Tikunei Zohar – Tikun 69
Talmud Bavli – Sanhedrin 97a
Sefer Yetzirah – Capítulo 1
Tanya – Likutei Amarim, Capítulo 2
Escritos do Baal Shem Tov – Tzavaat HaRivash
Escritos do Maharal – Netzach Yisrael
Escritos do Rabino Kook – Orot HaKodesh

Escrito sob a orientação do Fogo de Guevurá | Noite do 9º Dia do Ômer

POR: David Havilá

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