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Por: David Havilá
📜A Aliança com Abraão: O Coração do Pacto Eterno: – Artigo 4
- No alvorecer da nossa história, quando o mundo ainda se curvava a ídolos de madeira e pedra, um homem olhou para os céus e fez a pergunta que mudaria o destino da humanidade. O Midrash conta que Avram (Abraão), filho de um vendedor de ídolos, observava o sol e a lua, pensando: “Certamente deve haver Um Criador que governa tudo isso”. Ao quebrar os ídolos de seu pai, ele quebrou as falsas certezas de sua era, abrindo espaço para ouvir a voz do Único e Verdadeiro D’us.
- Foi a este homem que D’us fez um chamado que ecoa até hoje: “Lech Lechá” (Gênesis 12:1). Literalmente, “Vá por ti”, mas nossos místicos ensinam uma leitura mais profunda: “Vá para ti”. A jornada de Abraão para uma terra desconhecida era, na verdade, uma jornada para dentro de si mesmo, para descobrir seu propósito e essência. Este chamado, e a resposta de fé inabalável de Abraão, deu início à Aliança (Brit) – o pacto eterno que é a pedra angular da fé judaica.
As Etapas de um Relacionamento Divino
A aliança não foi um evento único, mas um relacionamento que se aprofundou em etapas, cada uma revelando uma nova dimensão do compromisso entre D’us e o homem.
- A Promessa Inicial: A Semente da Fé (Gênesis 12)O chamado inicial já continha o mundo inteiro: a promessa de uma grande nação, a bênção de uma terra e a missão de ser uma fonte de bênção para toda a humanidade. A grandeza de Abraão reside em sua resposta. A Torá diz simplesmente: “E Avram foi, como HaShem lhe falara”. Sem perguntas, sem hesitação. Esta é a emuná (fé) em sua forma mais pura: confiança e ação baseadas não no que se vê, mas no que se ouve da Fonte da Verdade.
- O Pacto Entre as Partes: A Promessa Incondicional (Gênesis 15) Quando a dúvida humana assaltou o coração de Abraão sobre como a promessa se cumpriria, D’us o levou para fora e disse: “Conta as estrelas… Assim será a tua descendência”. Para selar esta promessa, D’us instruiu Abraão a realizar um ritual misterioso e solene, o Brit Bein HaBetarim (A Aliança Entre as Partes). Animais foram divididos, e ao anoitecer, uma tocha de fogo – simbolizando a Presença Divina – passou por entre as metades.Notavelmente, apenas D’us passa entre as partes. Nossos Sábios explicam a profunda implicação disso: esta é uma aliança incondicional. D’us estava dizendo: “Eu juro por Mim mesmo que, independentemente do que seus descendentes venham a fazer, Meu compromisso com vocês jamais será quebrado”. Esta certeza se tornou a âncora de esperança do povo judeu em cada exílio e em cada perseguição.
- O Sinal na Carne: A Assinatura Humana no Pacto Divino (Gênesis 17)A aliança atinge um novo nível de intimidade quando D’us pede a Abraão uma marca indelével: o Brit Milá, a circuncisão. Este não é um mero símbolo, mas um ato de aperfeiçoamento. É o ser humano completando, em sua própria carne, a obra da Criação, declarando que seu próprio corpo pertence a este pacto. A mudança dos nomes de Avram para Avraham (“pai de uma multidão de nações”) e Sarai para Sarah (“princesa”) significou uma transformação de essência. Eles não eram mais apenas um casal, mas os progenitores de um povo com um destino eterno.
Os Três Pilares Eternos da Aliança
O pacto repousa sobre três promessas divinas que se tornaram os temas centrais da consciência judaica:
- Descendência (Zerá): A Semente das EstrelasA promessa de continuidade, de uma linhagem que carregaria a chama da aliança, era o maior desejo de Abraão. Esta promessa foi constantemente testada, destacando que a sobrevivência do povo judeu nunca foi um dado adquirido, mas um milagre contínuo. Não se trata apenas de biologia, mas de zechut avot – o mérito dos patriarcas. A fé de Abraão criou um “capital espiritual” do qual seus descendentes se beneficiariam para sempre.
- Terra (Eretz): Um Lar Para a AlmaA Terra de Israel não é apenas um pedaço de terra; é o palco físico onde a missão espiritual do povo judeu deve ser plenamente realizada. É a terra que D’us prometeu, e a conexão com ela permaneceu no centro das orações e anseios judaicos por dois milênios de exílio. O fato de Abraão ter vivido lá como “estrangeiro” nos ensina que a posse física é menos importante que a conexão espiritual e a responsabilidade de construir naquela terra uma sociedade que reflita a justiça e a santidade de D’us.
- Bênção (Berachá): Ser uma Fonte de Luz para o MundoA eleição de Israel nunca foi sobre exclusividade, mas sobre responsabilidade. “E em ti serão benditas todas as famílias da terra”. Israel foi escolhido para um propósito: ser um “reino de sacerdotes e uma nação santa” (Êxodo 19:6), um modelo de como uma nação pode viver em um relacionamento pactual com D’us. O particularismo judaico é o veículo para um universalismo ético.
O Teste Supremo: A Fé Silenciosa no Monte Moriá
A Akedá, o “amarramento” de Isaac (Gênesis 22), é o clímax da jornada de fé de Abraão. O comando para sacrificar o filho da promessa parecia ser a anulação de toda a aliança. A grandeza de Abraão aqui não está em entender, mas em confiar. Ele se levanta cedo, sela seu jumento e caminha em silêncio por três dias, pronto para cumprir uma ordem que quebrava seu coração e desafiava sua lógica.
A Akedá não é uma celebração do sacrifício humano; é sua abolição. No último momento, a voz do anjo revela a verdadeira vontade de D’us: Ele não desejava a morte de Isaac, mas o coração totalmente devotado de Abraão. Este teste ensinou para sempre que a fé judaica não exige o sacrifício da vida, mas a dedicação da vida. Após este teste, D’us reafirma a aliança com um juramento, selando-a com o poder de Sua própria essência.
A Aliança Viva: De Sinai aos Dias de Hoje
A aliança com Abraão foi o noivado; a aliança no Monte Sinai foi a cerimônia de casamento. No Sinai, D’us deu à nação inteira a Torá – a Ketubá, o contrato de casamento que detalha as responsabilidades (as mitzvot) do relacionamento. A aliança do Sinai não substitui a de Abraão; ela a preenche com conteúdo e um caminho de vida.
Este pacto é a razão pela qual nos consideramos os “filhos da aliança” (Bnei Brit). É por isso que o Brit Milá continua a ser a porta de entrada para o povo judeu e o Bar/Bat Mitzvá representa a aceitação pessoal das responsabilidades do pacto. Viver como judeu é viver dentro desta narrativa, consciente de que nossas ações são a resposta contínua ao chamado feito a Abraão há quase quatro mil anos.
Mesmo na era moderna, quando conceitos como “povo escolhido” são desafiados, a essência permanece. Ser escolhido é ser convocado para uma responsabilidade maior. O retorno do povo judeu à Terra de Israel em nossos dias é, para muitos, um testemunho da fidelidade eterna de D’us à Sua promessa.
O Legado de um Amor Eterno
A aliança com Abraão é a prova de que a história não é aleatória e de que a vida humana tem um propósito transcendente. É a afirmação de que o relacionamento entre o Criador e a humanidade não é de indiferença, mas de um compromisso apaixonado e eterno.
Ser descendente de Abraão – por nascimento ou por escolha – é herdar uma história, uma responsabilidade e uma promessa. É saber que, não importa quão escura seja a noite, as estrelas que Abraão foi instruído a contar ainda brilham como um sinal da fidelidade de D’us. A aliança é o laço que nos une ao nosso passado e nos impulsiona em direção a um futuro de redenção, um elo inquebrável na corrente de ouro que começou com um homem que ousou responder “Hineni” – “Aqui estou” – ao chamado de seu Criador.
Fontes e Leituras para Aprofundamento
B”H (Com a ajuda de D’us). A profundidade da Aliança Abraâmica se revela no estudo contínuo de nossas fontes sagradas, que a exploram de todas as perspectivas.
Textos da Torá Escrita (Tanach)
- Gênesis (Bereshit) 12, 15, 17, 22: Os capítulos fundamentais que descrevem as etapas do estabelecimento da Aliança e o teste da Akedá.
- Isaías (Yeshayahu) 41:8: Onde D’us se refere a Abraão como ohavi, “meu amigo” ou “aquele que Me ama”, definindo a natureza íntima da relação.
- Jeremias (Yirmiyahu) 31:35-36: A reafirmação profética da eternidade da semente de Israel, ligada à própria constância da criação.
- Salmos (Tehilim) 105:8-11: Um hino que celebra a lembrança da Aliança Eterna feita com os Patriarcas.
Fontes Rabínicas e Místicas (Torá Oral)
O Zohar e Escritos Chassídicos: Oferecem interpretações místicas sobre a jornada de Abraão, como a leitura de “Lech Lechá” como “vá para si mesmo”.
Midrash Rabá (Gênesis): Contém inúmeras narrativas que expandem a história bíblica, incluindo a famosa história de Abraão quebrando os ídolos de seu pai.
Talmud Bavli, Tratado Avodah Zarah 2b: A narrativa de D’us oferecendo a Torá a todas as nações antes que Israel a aceitasse.
Mishná, Tratado Eduyot 2:9: Fonte para o conceito de Zechut Avot, o mérito herdado dos Patriarcas.
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