Mais que um Selo na Embalagem – O que Realmente Significa “Kosher”?

Por: David Havilá 

  • Quando caminhamos pelos corredores de um supermercado hoje em dia, é comum encontrarmos pequenos símbolos em uma infinidade de produtos, declarando-os “Kosher”. Muitos, por curiosidade, se perguntam: o que isso significa? A resposta mais comum, e equivocada, é que se trata de um alimento que foi “abençoado por um rabino”. Embora a supervisão rabínica seja, de fato, uma parte crucial do sistema no mundo moderno, a essência da palavra kosher é muito mais profunda e fundamental.

As Origens: Kasher

Meus queridos leitores e amigos,

Como podemos transformar o ato mais comum e repetitivo de nossa existência o ato de comer em um momento de profunda consciência espiritual? Como podemos elevar a nossa mesa de jantar para que ela se assemelhe a um altar? A tradição judaica responde a essas perguntas com um conceito belo e abrangente: Kashrut.

Quando caminhamos pelos corredores de um supermercado hoje em dia, é comum encontrarmos pequenos símbolos em uma infinidade de produtos, declarando-os “Kosher”. Muitos, por curiosidade, se perguntam: o que isso significa? A resposta mais comum, e equivocada, é que se trata de um alimento que foi “abençoado por um rabino”. Embora a supervisão rabínica seja, de fato, uma parte crucial do sistema no mundo moderno, a essência do termo é muito mais profunda e fundamental.


A palavra hebraica kasher (כָּשֵׁר) não significa “abençoado”. Seu significado literal é “apto”, “adequado” ou “próprio”.

Pensemos nisso como um conceito de adequação espiritual. No mundo do fitness físico, escolhemos alimentos que são “adequados” para construir um corpo forte e saudável. No mundo da Kashrut, escolhemos alimentos que são espiritualmente “aptos” para construir uma alma sensível, disciplinada e santa. Um alimento é kosher quando ele está alinhado com as diretrizes sagradas que recebemos na Torá, tornando-o próprio para ser consumido por alguém que se dedica a uma vida de propósito Divino.

As leis da Kashrut se enquadram na categoria de chukim decretos Divinos cuja razão última pode estar além de nossa compreensão lógica. Nós as observamos, em primeiro lugar, por fé na sabedoria do Criador. No entanto, nossos Sábios, ao longo dos séculos, nos ofereceram inúmeras janelas para vislumbrar a profunda sabedoria por trás dessas leis.

Quando observamos a Kashrut, estamos fazendo uma declaração poderosa. Estamos dizendo que não comemos simplesmente para satisfazer um desejo físico. Nós comemos para nutrir um corpo que, ensina nossa tradição, é o recipiente sagrado de uma alma Divina. A comida que ingerimos se torna, literalmente, parte de nós de nosso sangue, de nossa carne, da energia que alimenta nossos pensamentos, nossas palavras e nossas ações. A Kashrut é o sistema que garante que a energia que absorvemos do mundo físico seja espiritualmente pura, adequada para ser canalizada para o bem e para a santidade.

É interessante notar que o conceito de “kasher” no judaísmo vai além da comida. Um rolo da Torá, para ser usado na sinagoga, deve ser “kasher”, ou seja, escrito de acordo com todas as leis e, portanto, “apto” para o uso ritual. Duas testemunhas em um tribunal rabínico devem ser “kasher”, ou seja, “adequadas” e confiáveis para dar seu depoimento. A Kashrut, portanto, é um princípio de integridade e adequação que se aplica a muitas áreas da vida.

Portanto, da próxima vez que você vir aquele pequeno selo em uma embalagem, lembre-se de que ele é o ponto final de uma longa cadeia de cuidado e consciência. Ele representa uma tradição milenar que nos ensina a sermos seletivos, a vivermos com intenção e a reconhecermos que até mesmo o ato mais básico e mundano de comer pode, e deve, ser um ato de conexão espiritual e de santificação da vida.


Fonte da Halacha

O conceito de kasher como “apto” ou “válido” permeia toda a lei judaica. Embora as fontes estejam espalhadas por toda a Torá e Talmud (principalmente no Tratado Chullin), a codificação prática que define o que torna um alimento apto para o consumo é encontrada de forma abrangente no grande código de lei judaica, o Shulchan Aruch. Ele é dividido em quatro volumes, e é no segundo, chamado Yoreh De’ah, que se encontram as leis detalhadas da Kashrut, servindo como o guia prático fundamental para sua observância no dia a dia.






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