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Por: David Havilá
O que nos move, no fundo? A maioria diria que são nossas motivações, sonhos, medos, o ambiente e coisas do tipo. Mas a verdade é que é o nosso Espírito (“nefesh” em hebraico) que nos move. Mas – afinal, o que é o nosso espírito? A resposta curta é que é a nossa psique, mas há muito mais a ser aprendido. Para começar, porém, não é a alma imortal que flutua para o céu quando partimos (embora os dois estejam inexoravelmente ligados… mas isso é um assunto à parte).
Rambam é enfático sobre o fato de que cada um de nós possui apenas um Espírito, que, no entanto, possui muitas capacidades diferentes. Ele aparentemente precisa enfatizar isso, já que muitos dos médicos e filósofos respeitados na antiguidade afirmavam que cada um de nós possui três, denominados espíritos “nativo”, “dinâmico” e “transcendente”, respectivamente. No entanto, o ponto principal de Rambam é que, apesar de sua complexidade (que exploraremos) e independentemente de nossas muitas contradições internas, cada um de nós possui apenas um Espírito.
A verdade é que mesmo nós, na modernidade, tendemos a pensar que temos mais de um Espírito, como quando dizemos coisas como “Eu estava fora de mim” e “Eu olhei profundamente para dentro de mim”, etc., que parecem implicar múltiplos espíritos, cada um separado e independente um do outro. Mas a verdade é que cada um de nós é um Espírito – que é decididamente multifacetado e dinâmico.
Agora, é especialmente importante para nós sabermos disso, enfatiza Rambam, já que o auto aperfeiçoamento e a excelência espiritual só acontecem quando alguém “cura seu Espírito e suas capacidades”, e porque só podemos fazer isso depois de nos familiarizarmos o suficiente com a constituição do nosso Espírito para saber o que o torna “doente” em primeiro lugar e o que então o “curaria”.
Portanto, teremos que nos contentar com a noção de que nosso Espírito único é composto por cinco “partes componentes”: o sistema digestivo, os sentidos, a imaginação, as emoções e o intelecto. Explicaremos isso na próxima vez.
