Yom HaAtzmaut – O Dia da Independência de Israel

Por: David Havilá 

  • Yom HaAtzmaut (יום העצמאות) O Dia da Independência do Estado de Israel — é celebrado no 5º dia do mês hebraico de Iyar, comemorando a declaração de independência feita por David Ben-Gurion em 14 de maio de 1948. A criação do Estado de Israel, após quase dois mil anos de dispersão e perseguição do povo judeu, representa um marco histórico não apenas político, mas espiritual para grande parte do mundo judaico.
  • O estabelecimento do Estado foi proclamado horas antes do fim do Mandato Britânico da Palestina e ocorreu em meio a tensões militares crescentes com países árabes vizinhos, que invadiriam o novo país já no dia seguinte — desencadeando a Guerra de Independência (Milhemet HaAtzmaut).

Conexão com o Luto e a Superação

Yom HaAtzmaut é precedido imediatamente por Yom HaZikaron, o Dia da Memória dos Soldados Caídos e Vítimas do Terrorismo, marcado por tristeza e solenidade. A transição abrupta do luto à celebração — simbolizada pela cerimônia oficial no Monte Herzl, em Jerusalém, quando a bandeira nacional é elevada do meio-mastro ao topo — transmite uma mensagem profunda: a independência foi conquistada com sacrifício e coragem.


Celebrações em Israel e na Diáspora

Em Israel

A atmosfera em Israel muda dramaticamente com o término de Yom HaZikaron. Cidades e vilarejos explodem em festas de rua, com fogos de artifício, shows ao ar livre, danças e encontros familiares. As famílias realizam o tradicional “mangal” churrascos nos parques nacionais , celebrando ao ar livre o presente da soberania nacional.

Entre as cerimônias mais importantes está a entrega do Prêmio Israel, homenageando contribuições excepcionais nas áreas de ciência, cultura, educação, defesa, e vida comunitária. Bases militares abrem suas portas para o público, fortalecendo os laços entre civis e soldados.

Na Diáspora

Comunidades judaicas ao redor do mundo também marcam Yom HaAtzmaut com eventos festivos, apresentações culturais, danças israelenses (rikudim), comidas típicas, e cerimônias comunitárias. Em sinagogas, escolas e centros comunitários, há também palestras e estudos sobre a história moderna de Israel, sua geopolítica, cultura, tecnologia e espiritualidade.


Embora Yom HaAtzmaut tenha sido concebido como uma celebração nacional e secular, para muitos judeus religiosos, o renascimento do Estado de Israel carrega significado messiânico ou pré-messiânico.

Liturgia Especial

  • O Rabinato Chefe de Israel declarou Yom HaAtzmaut como um dia festivo no calendário judaico, recomendando a recitação do Hallel completo (Salmos 113–118) como louvor pela salvação nacional, em paralelo ao que se faz em Pessach ou Chanucá.
  • Algumas comunidades também inserem o trecho “Al HaNissim”, adaptado especialmente para Yom HaAtzmaut, semelhante à oração recitada em Chanucá e Purim, reconhecendo os milagres da independência como sinais da intervenção divina.
  • A bênção de Shehecheyanu, tradicionalmente recitada em ocasiões especiais, também é pronunciada com gratidão por testemunhar a continuidade do povo judeu em sua terra.

Abordagens Divergentes

Há, no entanto, diferentes posturas dentro do mundo judaico:

  • Sionismo Religioso: Vê a fundação de Israel como início do cumprimento das profecias de retorno a Sião. Para muitos rabinos desta corrente, como o Rav Avraham Yitzhak HaCohen Kook (Rav Kook), o renascimento nacional é uma etapa do Geulá (redenção).
  • Ortodoxia Tradicional / Haredi: Alguns setores ortodoxos reconhecem o valor da criação de um refúgio seguro para os judeus, mas evitam liturgias especiais por não considerarem o Estado de Israel como entidade necessariamente ligada à redenção messiânica.
  • Grupos Antissionistas: Comunidades como a Neturei Karta se opõem ideologicamente ao Estado de Israel por razões teológicas, e não reconhecem Yom HaAtzmaut como motivo de celebração.

Fontes Judaicas e Contexto Profético

Vários versículos bíblicos são frequentemente citados como prenúncios do retorno do povo judeu à sua terra:

“E vos tomarei dentre as nações, e vos reunirei de todos os países, e vos trarei à vossa terra.”
Yechezkel (Ezequiel) 36:24

“Pois voltarão os filhos à sua fronteira.”
Yirmiyahu (Jeremias) 31:17

“E os redimidos do Eterno voltarão e virão a Sião com júbilo…”
Yeshayahu (Isaías) 35:10


Esses versículos alimentam a compreensão, para muitos, de que o retorno do povo judeu a Eretz Yisrael não é apenas um evento histórico, mas o cumprimento de promessas milenares.



Yom HaAtzmaut como Ponte Entre Passado e Futuro

Yom HaAtzmaut é mais do que uma data comemorativa: é um ponto de encontro entre o passado trágico, o presente vibrante e o futuro de esperança do povo judeu.

Ele honra a memória dos que deram suas vidas pela independência, celebra os milagres de uma nação renascida em sua terra ancestral, e aponta para o ideal de uma sociedade judaica justa, espiritual e florescente, como sonharam os profetas e visionários.


Referências e Fontes:

  • Mishná Rosh Hashaná 1:1
  • Yeshayahu (Isaías) 11:11; 35:10
  • Yechezkel (Ezequiel) 36:24
  • Talmud Bavli, Sanhedrin 98a
  • Rav Avraham Yitzhak HaCohen Kook – Orot
  • Knesset – Legislação de Yom HaAtzmaut
  • Ministério da Educação de Israel – Textos sobre a criação do Estado
  • ArtScroll Siddur – Adições litúrgicas para Yom HaAtzmaut





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